“The overall trend of modern science and technology is to synthesize all areas of knowledge into a few major blocks. Another characteristic is that the esthetic standard of scientific workers has been changing constantly. General systems methodology is a theoretical methodology whose purpose is to realize the ideal model of a systems theory described by Bertalanffy, Quastler, and Zadeh - that is, to establish a general theory applicable to explain phenomena in various specific systems”.
General Systems Theory: A Mathematical Approach
Yi Lin
A vertiginosa aceleração da história dos últimos cinquenta anos trouxe avanços imensos ao conhecimento humano, no que diz respeito à concepção sistémica do mundo material, que muito provavelmente é dos de maior transcendência. Ao longo da história do conhecimento científico, as ideias sobre a natureza da matéria e sobre a posição do homem no cosmos, foram sofrendo sucessivas revoluções copernicianas de descentração, relativização e assimilação em teorias convergentes.
Os desenvolvimentos da teoria geral dos sistemas aplicada a diferentes contextos disciplinares tem possibilitado compreender o mundo e o homem, ao utilizar bases comuns de carácter interdisciplinar, adequando boa parte das antigas interpretações que partiam de quadros teóricos mais reduzidos. O biólogo austríaco Karl Bertalanffy, criador da teoria geral dos sistemas, publicou no final da década de 1970, o conhecido ensaio intitulado “General System Theory: Foundations, Development, Applications”, no qual expõe com excepcional antecipação, a aplicação da sua teoria às diferentes áreas do conhecimento.
É de realçar as dificuldades em que se encontravam a biologia, psicologia, sociologia e a economia para explicar os fenómenos e a sua evolução com o passar do tempo. À data em que escreveu o dito ensaio, as diferentes disciplinas viviam um idílio de desenvolvimento algo endogâmico, fundamentado no positivismo dominante da época, segundo o qual o desenvolvimento do conhecimento só era possível a partir da especialização.
Tal posição matemática positivista de natureza reducionista, teve as suas raízes nos métodos, resolutivo de Galileu Galilei e científico de René Descartes. Segundo as ideias destes dois pensadores, a resolução de um problema só seria possível a partir da fragmentação do todo nas suas partes e da análise pormenorizada das mesmas. Esta posição analítica predominou na ciência durante toda a idade moderna e parte da idade contemporânea, e fundamenta a especialização disciplinar.
A limitação desta perspectiva foi evidente em diferentes campos do saber, como o da biologia. Foi necessário recuperar a visão geral dos fenómenos naturais para interpretar a realidade, uma vez que a resolução pormenorizada apresentava certas dificuldades de explicação.
A leitura geral dos fenómenos aponta que o todo é mais do que a soma das suas partes. Este aforismo, tinha sido proposto por Aristóteles, como uma primeira formulação holística de ordem cósmica. A primeira metade do século passado, caracterizou-se pelo aparecimento de diferentes teorias, que contradiziam a posição reducionista e que prepararam o caminho para a formulação da teoria geral dos sistemas, evidenciado pelos desenvolvimentos da biologia organísmica, da psicologia da forma ou “gestalt”, da cibernética, da teoria da informação ou pelo conjunto de outras teorias correlacionadas, como a dos autómatos, do controlo, de conjuntos, de grafos e de redes, do jogo e da simulação e a matemática relacional.
Actualmente, a teoria geral dos sistemas é reconhecida nas diferentes áreas do conhecimento, e é aplicada a diferentes disciplinas, desde as ciências puras às humanas. A maior parte das ciências naturais e humanas, lidam com sistemas complexos, em que a análise estritamente disciplinar é insuficiente para interpretar a sua dinâmica interna e evolução.
Alguns benefícios em determinadas disciplinas, apontavam na direcção da existência de propriedades gerais que se repetiam em diferentes sistemas, pelo que apresentavam uma validade heurística. O autor da teoria geral dos sistemas, revelou com base numa das suas primeiras constatações na biologia, que os sistemas de diferente natureza, apresentam um conjunto de propriedades comuns de tipo estrutural e funcional.
Estas propriedades gerais são justamente o objecto de estudo da teoria geral dos sistemas. Os isomorfismos estruturais são visíveis entre diferentes tipos de sistemas. Em todos se reconhece um conjunto de elementos de aspecto diferente, mas que têm a propriedade comum de apresentar um conjunto de relações de dependência, como circuitos estáveis de relações, que se repetem em diferentes tipos de sistemas.
Segundo a teoria geral dos sistemas, a natureza destas relações explica o funcionamento e a dinâmica do sistema como um todo. Ao desenvolvimento do conceito de sistema parece ser de interesse descrever algumas das suas propriedades fundamentais, em forma de enunciados simples. No entanto, a generalização destes princípios a todos os sistemas deve relativizar-se ao modelo adoptado de sistema dinâmico e aberto que serve de referência. Em outros sistemas, algumas destas propriedades não são totalmente aplicáveis ou necessitam de outra interpretação.
O sistema é definido com frequência, como um grupo de partes que interagem funcionando como um todo, que é distinguível do seu meio, através de marcos reconhecíveis. O funcionamento de um sistema depende da forma como estão relacionadas as suas partes, e se for adicionada, suprimida ou modificada uma delas, é de esperar que o seu funcionamento seja diferente.
É considerado como sistema, dois objectos que apresentem uma relação si. Uma esfera em movimento suspensa no tecto por um fio, é um sistema simples de natureza física que apresenta um conjunto de propriedades funcionais, caracterizado por movimento, velocidade angular ou um período. Os sistemas mais comuns, em geral, contêm um conjunto de elementos de igual ou diferente natureza material, como átomos, objectos, células, organismos, pessoas, grupos sociais ou instituições, ou também de natureza imaterial, como conceitos ou símbolos.
O número e as características dos elementos constitutivos do sistema informam-nos sobre a sua dimensão espacial e temporal, simplicidade ou complexidade. Os sistemas podem conter elementos de diferentes classes ou natureza. A maioria dos sistemas não é homogénea, apresentando uma assimetria funcional, espacial e temporal. Os sistemas podem conter subsistemas, que apresentam uma relativa autonomia, devido à existência de relações muito estreitas entre os seus elementos e mais fracas com os restantes.
Assim, por exemplo, um organismo apresenta determinados subsistemas como é o caso das suas células, em que cada uma é um subsistema com um funcionamento muito autónomo, mas que não está completamente separada do sistema de que é parte. A definição das propriedades dos elementos do sistema depende dos objectivos determinados pelo analista para explicar o seu funcionamento.
É possível ignorar certos níveis hierárquicos do sistema ou subsistema porque não são importantes, como por exemplo, não é necessário saber como é o metabolismo dos glúcidos do gerente de uma empresa, ou se gosta mais de chá ou de café, uma vez que o pretendido é descrever o sistema de relações estabelecidas na empresa, por forma a explicar os resultados económicos da sua gestão.